Qual o papel do RH na inclusão de LGBTQI+ nas empresas?
O mês de junho é considerado o mês do orgulho LGBTQI+ no mundo.
Vamos retratar aqui as conquistas mais importantes da luta e a história do movimento, esclarecendo incialmente o significado da sigla LGBTQI+, que representa pessoas que são Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo e mais. Algumas pessoas utilizam a LGBTQIAP+, que inclui Assexuais/Arromânticas/Agênero, Pan/Poli.
O Movimento Homossexual surgiu no Brasil em 1978, no período da ditadura, o grupo de afirmação Homossexual ganhou visibilidade em São Paulo e desempenhou um papel muito importante no modo de perceber a sexualidade.
Em 1980 surgiu o primeiro grupo exclusivamente lésbico e a visibilidade pública da homossexualidade continuava em ascensão, claro que em meio a muita luta, contra a epidemia do HIV/Aids, a luta pela despatologização (retirada da homossexualidade do código de doenças do Inamps)ou seja, a luta tinha como objetivo desde então, de promover mudanças na sociedade, em especial com relação aos direitos civis de homossexuais e ações contra discriminação e violência.
Em 1990 devido as ações que o movimento homossexual realizava com projetos de combate a DSTs e Aids, as pautas ingressaram nas políticas públicas e houve um aumento do número de grupos e a expansão do movimento por todos os estados do País, acompanhado por uma diversificação de tipos de organizações: grupos comunitários, ONGs, setoriais de partidos, grupos religiosos, acadêmicos e outros.
Somente em 1993, o movimento que a princípio era formado apenas por homossexuais, incluiu as lésbicas, posteriormente os travestis, bissexuais e, a sigla assumiu novas formas para dar visibilidade às diferentes identidades.
Em 1995, ocorreu a fundação da primeira e maior rede de organizações LGBT brasileiras, a ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis), que promoveu esforços no combate à Aids e variadas articulações com órgãos público de ações no âmbito legislativo e judicial, para acabar com a discriminação e violência.
A partir da fundação da ABGLT houve um processo e aumento das redes nacionais e com elas mais conquistas, como a união civil estável e o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, procedimentos de redesignação sexual, conhecida como “mudança de sexo”, a utilização do nome social e as mudanças de registro civil para a população de transexuais e travestis, adoção de crianças por casais homoafetivos, e mais recentemente, a liberação para doação de sangue por homossexuais .
Anualmente, também ocorrem as Paradas do Orgulho, que acontecem em diversos estados e é um encontro social e político que celebra a diversidade, protesta e reivindica seus direitos. Ela conta com a participação e apoio de prefeituras, simpatizantes, familiares, militantes e todos que apoiam a causa.
E mesmo com todas essas conquistas, propomos agora uma reflexão:
Você apoia a igualdade e combate o preconceito? Na empresa que você trabalha tem pessoas LGBTQI+?
Você já participou de algum processo seletivo com uma mulher trans ou travesti? A sua colega de trabalho fala abertamente que sua parceira é outra mulher? A equipe que você lidera tem alguma pessoa trans? Você é um agente de mudança na sua empresa?
Se muitas das respostas forem não, a empresa que você trabalha ou lidera precisa avançar na inclusão e diversidade!
Sabemos que a diversidade é muito importante para as instituições, gera visibilidade, retorno financeiro, e principalmente o debate de ideias e visões diferentes que contribuem para o desenvolvimento da companhia e das pessoas.
Mas é necessário que o RH se empodere e estimule as lideranças e colaboradores para que torne sua empresa ainda mais inclusiva e que haja a valorização da diversidade sexual.
É importante que os Colaboradores LGBTQI+ sejam acolhidos, sem receios de rótulos, sem sofrer preconceito por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero. As brincadeiras, comentários preconceituosos e comportamentos inadequados não devem ser tolerados.
É fato que muitos colaboradores LGBTQI+ ainda escondem sua identidade para não serem vítimas do preconceito. Não se pode ignorar um caso de homofobia, é importante criar canais de ética e denuncia, além de criar campanhas internas para sensibilizar a todos.
Pesquisa realizada pela PwC revela as empresas precisam fazer mais para atrair e apoiar talentos LGBTQI+, pois apesar de 85% dos funcionários LGBTQI+ se sentirem confortáveis no trabalho, apenas uma pequena parcela dos empregadores adota programas de inclusão exclusivos para esse público e esses programas de inclusão ajudaria seus talentos a alcançarem seu potencial e assumirem cargos de liderança.
É importante que a empresa tenha consciência de sua responsabilidade em relação à empregabilidade de pessoas LGBTQI+ e da possibilidade de transformar essa realidade. É necessário desenvolver ações, promover debates, desenvolver políticas de inclusão e, mais uma vez, a conscientização dos colaboradores e líderes.
O Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ elaborou os 10 Compromissos, para orientar as práticas de cada empresa no tema e para orientar os trabalhos do próprio Fórum, confira: https://www.forumempresaslgbt.com/10-compromissos
Empregar pessoas LGBTQI+ é tornar sua empresa mais inclusiva, é dar possibilidade para que todos se desenvolvam, sem discriminação, é agir de forma justa, empática e sublime.
Segue algumas sugestões de filmes, séries e documentários para se aprofundar no tema:
Fontes:
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/cadernos_tematicos/11/frames/fr_historico.aspx
https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2020/05/17/movimento-lgbt-vem-resistindo-ha-seculos-diz-codeputada-erika-hilton.htm https://www.stoodi.com.br/blog/2019/02/07/movimento-lgbt-o-que-e/
https://orientando.org/o-que-significa-lgbtqiap/
https://vocesa.abril.com.br/voce-rh/como-lutar-contra-a-homofobia-no-mercado-de-trabalho/
https://integradiversidade.com.br/tag/lgbt/
https://rhpravoce.com.br/posts/orgulho-lgbti-no-trabalho-como-as-empresas-podem-adotar-a-inclusao
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